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Seu processo seletivo é inclusivo para candidatos surdos?

Segundo o IBGE, os surdos já somam mais de dez milhões de pessoas no território brasileiro, sendo um pouco mais da metade composto por idosos de 60 anos ou mais. Significa que a outra metade é composta por adultos e crianças.

Deste quantitativo geral, 30% são completamente surdos dos quais, por sua vez, metade adquiriu a deficiência desde o nascimento. Assim, essa parcela não é oralizada e depende exclusivamente da língua brasileira de sinais para se comunicar.


Diante da diversidade e tipos de surdez que existe na população, empresas acabam negligenciando alguns subgrupos em seus processos seletivos. Visto que, não possuem preparo ou recursos para lidar com os diferentes tipos de surdos.


Notadamente, os surdos não oralizados são os mais atingidos e invisibilizados nesse processo. Algumas empresas ainda relutam na adoção de estratégias e práticas que viabilizem a comunicação entre o surdo e a organização, seja na ponta, como cliente, ou internamente, como funcionário.



A população surda no Brasil é muito afetada pela falta de oportunidade no mercado de trabalho. Desde a invisibilidade que este grupo sofre nos processos seletivos à jornada de trabalho excludente dentro da empresa. Como exemplo, temos a ausência de intérpretes para realização de um processo seletivo inclusivo, bem como para a comunicação do funcionário surdo na relação com colegas e superiores dentro da organização.


Os entraves na colocação do surdo no mercado de trabalho começam na busca por essa tão sonhada vaga. A falta de uma comunicação digital acessível, faz com que os surdos percam muitas oportunidades de emprego. Não é por desqualificação, mas porque não teve como ler ou interpretar a mensagem divulgada.


Mesmo surdos oralizados que conseguem fazer leitura labial ou ler texto escrito, são excluídos quando o anúncio acontece por meio de vídeo sem legenda ou sem a possibilidade de fazer leitura labial. Seja pela ausência de pessoas no vídeo ou pessoas que falam com muita rapidez.


Quando conseguem se inscrever no processo seletivo, enfrentam novo desafio que é passar por um recrutamento despreparado para as suas necessidades: sem intérprete de Libras, sem condições de leitura labial, reduzindo as suas chances de conseguir a vaga, porque não teve meios de expor suas competências técnicas e comportamentais, durante a entrevista de emprego e testes de aptidão.


Quando empregados, sofrem com discriminação e exclusão dos colegas que não conseguem se comunicar. Além de serem sub utilizados no emprego, sendo, muitas vezes, tratados com capacitismo pelo gestor.


 

Como tornar meu processo seletivo inclusivo?


Para reverter esse quadro ainda vivenciado no Brasil por muitos surdos, basta adotar ferramentas de tecnologia assistiva que deem condições ao surdo de se expressar e desempenhar suas atividades, com autonomia e independência, mostrando suas capacidades e potencialidades para o trabalho.



Divulgação acessível

Como sabemos, o processo de captação de novos funcionários começa pela divulgação da vaga nos meios oficiais e, em alguns casos, mídia externa. Se é intenção da empresa contratar pessoas surdas, tais meios de anúncio devem contemplá-las nessa mensagem.

Assim, se vai produzir materiais em texto, que sejam mais visuais e possuam ilustrações ou ícones que possam facilitar a compreensão dos surdos não oralizados.

Do mesmo modo, se for utilizar o formato de vídeo para divulgar as vagas, certifique-se de que todos os vídeos possuam, no mínimo, a legenda e um intérprete de libras traduzindo a mensagem para aqueles que não foram alfabetizados na língua portuguesa, a partir da "Janela de Libras", em conformidade com as normas da ABNT.

O importante é que a mensagem possa ser acessada por todos, independente do seu grau de surdez.


Entrevista de emprego em Libras para um processo seletivo inclusivo

No processo de recrutamento, quando os candidatos forem classificados para uma outra fase do seletivo, garanta meios também de que o candidato surdo consiga expor suas ideias e se expressar sem dificuldade, garantindo um processo seletivo inclusivo. Conheça suas necessidades auditivas e conte com um intérprete para que a entrevista de emprego seja realizada em Libras.

O intérprete também deve acompanhar o candidato durante todo o processo. Não possui intérprete de Libras em sua empresa? Não tem problema, já existe no mercado central de intérprete que atende em todo o país por agendamento e videochamada, dando mais dinamismo e assertividade à comunicação entre surdos e ouvintes nos vários ambientes sociais, empresariais e institucionais.


Adote tecnologias assistivas na empresa

Se a intenção é implementar uma cultura inclusiva na empresa, a adoção das tecnologias assistivas, como uma central de intérpretes, não deve se resumir ao momento da realização da entrevista. Pelo contrário, deve se estender à rotina do novo funcionário para que ele tenha uma jornada de trabalho produtiva que respeite e acolha suas limitações, sem tratar com capacitismo e exclusão.

Em resumo, empresas que promovem uma real política de inclusão social não só cumprem o que é estabelecido pela LBI, como fomentam a luta contra a desigualdade social que assola o país.

Como resultado, a empresa tem uma imagem agregada à responsabilidade social e ao respeito e promoção dos direitos humanos. Uma equipe diversificada e engajada com o trabalho que realiza, posto que é dada a ela a oportunidade de trabalhar com autonomia, além de obter vantagem competitiva no mercado, com o posicionamento inclusivo que decidiu adotar.


O seu RH está com dificuldade em contratar pessoas surdas?

👩‍💼 Se seu RH está tendo dificuldades em contratar Pessoas surdas e PcD, comece revisando seu Processo Seletivo, olhando para as Acessibilidades e não para as Deficiências.



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