Quem já estudou com um colega surdo ou tem um aluno com essa deficiência, já deve ter percebido que é preciso um cuidado especial para que ele consiga compreender o conteúdo e participar das aulas. A linguagem é o principal obstáculo – além de não escutar, os surdos têm muita dificuldade para ler e escrever.
Como os alunos surdos podem ser mais estimulados nas aulas?
A aprendizagem é um fenômeno extremamente complexo, envolvendo aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais. O processo de aprendizagem é desencadeado a partir da motivação. Nas situações escolares, o interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de apropriar-se do conhecimento.
Essas observações se aplicam a qualquer educando, mas revestem-se de particular importância quando trata-se de alunos com necessidades educativas especiais, como é o caso de pessoas surdas. Cabe aos educadores proporcionar situações de interação tais, que despertem no educando motivação para interação com o objeto do conhecimento, com seus colegas e com os próprios professores.
A ação educativa da escola com esse alunado deve incluir: conteúdos curriculares específicos, como suporte e complementação ao trabalho a ser desenvolvido em sala de aula com os currículos regulares de modo a atingir os objetivos traçados. Torna-se também indispensável oferecer aos alunos surdos condições para interagir com o “mundo ouvinte”, despertando neles interesses, necessidades e desejo de se apropriarem do saber e do saber fazer.
A comunicação com o aluno surdo mediado por metodologias ativas é uma proposta de diálogo direto entre o professor ouvinte e seu aluno surdo. Portanto, todo o diálogo é realizado pelo próprio professor por meio de tecnologias em Libras, sem a presença do intérprete.
Como resultado, a aprendizagem ativa ajuda estudantes a se sentirem vistos e ouvidos, colocando-os no centro de seu processo de aprendizado. O aluno é levado a tornar-se um ser: crítico autônomo, capaz de solucionar problemas. Neste contexto, o professor os provoca a pensar e passa a ser um facilitador, ensinando aos seus alunos a serem: críticos, a resolverem problemas e a refletirem.
Nas metodologias ativas, os alunos são os principais agentes da construção do conhecimento e cabe ao professor, conduzir o educando para uma aprendizagem por meio da experiência impulsora do desenvolvimento da autonomia, critério fundamental para o processo educacional de alunos surdos. Os professores mediadores os convidam e os desafiam a pensarem de forma mais crítica e autônoma a partir da simulação de um cenário problemático, na visão de seu cotidiano. Os potenciais recursos educacionais são: estudo de caso, tecnologias, problematização da realidade, mapas conceituais, árvore de problemas, por exemplo. A aplicação das técnicas ativas trazem o benefício da interação entre aluno e professor, aluno com os demais pares e, com o conteúdo estudado.
O aluno surdo, ao mostrar que está desmotivado, é sinal que o próprio não está envolvido no processo de aprendizagem em sua sala de aula, ou seja, ele está inserido, mas não incluso.
Não cabe, portanto, apenas aceitar o surdo, mas é necessário dar subsídios para que o mesmo aprenda, as aulas têm que ser pensadas segundo as suas limitações e necessidades, pois só a partir disto, que o mesmo terá condições de se desenvolver.
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